Os
novos adolescentes estão acostumados com a abundância. Não existe
tradução fácil entre essas duas economias. Quem tem a minha idade se
lembra do tempo em que fazer interurbano custava uma fortuna
Outro dia tentei fazer uma adolescente (13 anos) compreender que não é
bacana ser descuidada com seus pertences a ponto de ter que trocar de
celular a cada 30 dias. Ela não entendia meus argumentos: “Mas os
celulares não são dados de graça pela operadora?” Expliquei
pacientemente: “Não existe boca totalmente livre neste mundo”; os custos
do aparelho estão incluídos no plano de serviços ou são retirados dos
pontos do programa de fidelidade (e não podem ser encarados como
brindes). Não adiantou: eu mesmo não acreditava que minhas palavras
iriam convencê-la a mudar de comportamento. Senti até vertigem ao
contemplar o abismo geracional que causava ruído em nossa comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário