O
Brasil é um país espinhoso e impreciso. A felicidade é prisioneira da
má administração das cidades onde a autoridade, flagrada em omissão,
clama pela redundância das leis. Entre nós, a esperança se escandaliza e
vira pó. Em qualquer família estão os pais dos jovens triturados em
Santa Maria. Tragédias evitáveis e arbitrariedades são manifestações
replicantes do terror na vida cotidiana.
O
plenário da Câmara dos Deputados não tem habite-se e reúne mais
deputados do que o Brasil precisa. Superlotado, o lúgubre vespeiro que é
seu interior não resiste ao pânico. Se houver sincera agitação, por
medo ou violência metade dos deputados morre esmagada, para alegria de
quem não vê seriedade na política. Não há janelas, saída de emergência,
tudo é carpete, pelas portas não passam duas pessoas às pressas. Até
recentemente, nos ministérios não havia escadas contra fogo. Quem rumina
mórbidas fantasias da destruição dos três poderes fique sabendo que a
maioria das prefeituras, fóruns e câmaras de vereadores funciona sem
alvará.
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