Colunista comenta o livro 'O boi no telhado — Darius Milhaud e a música brasileira no modernismo francês'
“Qualquer um pode dizer o que bem entender do Brasil, mas não tem como negar que se trata de um desses países pungentes, que impregnam a alma e a deixam com um certo tom, um vezo, um tempero de que ela nunca mais conseguirá se ver livre.” As palavras são de Paul Claudel, poeta notável e embaixador da França no Brasil durante a Primeira Guerra Mundial, em 1917-1918. O seu secretário no período foi Darius Milhaud, importantíssimo compositor do modernismo francês que se apaixonou então pela música brasileira, que sacudiu Paris em 1920 com o balé “Le boeuf sur le toit” (“O boi no telhado”), uma colagem vanguarda feita de maxixes e tanguinhos brasileiros, e que escreveu também a suíte “Saudades do Brasil”, evocando lugares do Rio de Janeiro, onde se inclui uma quase pré-bossa nova “Ipanema”.
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