Conceitos e preconceitos estão sendo revistos dentro e fora das igrejas
Dos cardeais do Vaticano a escoteiros e bandeirantes, todos estão
sendo obrigados a rever conceitos e, quem sabe, desfazer preconceitos.
Em cada cabeça, uma sentença; em cada país, uma polêmica. No Reino
Unido, uma parte do movimento gay não entende por que tanto barulho por
tão pouco. Concordam que a aprovação no Parlamento do direito
de os gays se casarem foi uma vitória da turma do bem; vai favorecer os
casais homos, seus filhos e a sociedade de uma maneira geral. É mais
uma etapa em direção à igualdade de direitos num país em que
criminalização do sexo entre iguais — lei que mandou o escritor Oscar
Wilde para a cadeia — só terminou nos anos 60. Mas a pergunta que não
quer calar é por que o Estado tem de se meter num assunto tão privado
como o amor entre duas pessoas, sejam elas hétero ou homo? Os ocidentais
criticam a intromissão da lei islâmica na vida privada de mulheres e
homens, mas repetem o procedimento ao legislar sobre o comportamento
sexual: “Quase todas as questões envolvidas num casamento podem ser
resolvidas consensualmente entre dois adultos — divisão de propriedades,
obrigações e direitos de família — não precisa do Estado para ser
regulamentado”, diz o ativista Sam Bowman, num texto no “Guardian”.
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