RIO - Testada com sucesso em produções sobre grandes metrópoles (“Paris,
te amo”) ou sobre causas políticas (“11 de setembro”), a moda dos
longas-metragens temáticos em episódios, sempre dirigidos por um
contingente multinacional de realizadores, vai ganhar um reforço
latino-americano numa cruzada audiovisual contra a evasão escolar. Eryk
Rocha, realizador de filmes premiados como “Transeunte” (2010), é até
agora o único brasileiro já anunciado para o coletivo de dez cineastas
reunido para rodar um filme em segmentos sobre o calcanhar de aquiles da
educação no continente. Já em andamento, previsto para ser lançado no
segundo semestre em um dos principais festivais da Europa (Veneza é a
pedida principal), o filme, ainda sem título, junta Eryk a diretores
como a mexicana Mariana Chenillo (“Cinco dias sem Nora”), o argentino
Pablo Fendrik (“La sangue brota”) e o colombiano Carlos Gaviria
(“Retratos em um mar de mentiras”). Ele integra o projeto humanitário
Graduate XXI, fomentado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID), tendo como fim servir como campanha publicitária (sem fim
lucrativos), com roupagem de experimentação estética, para a luta contra
o analfabetismo e sucateamento das escolas. Os outros seis nomes serão
anunciados nos próximos meses, sendo que os produtores, ligados ao BID,
asseguram espaço para mais um representante do cinema brasileiro, cujo
nome ainda é mantida em sigilo. “Igor”, o trecho com cerca de dez
minutos dirigido por Eryk, foi rodado no Morro dos Prazeres, em Santa
Teresa, e já está em finalização.
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