Cabe ao poder público fazer a sua parte. Mas fazer mesmo, sem
escamoteações. Diminuiu muito a margem para os governantes lenientes e
para os servidores relapsos.
Passada a primeira semana de comoção pelo dramático episódio de Santa
Maria, o país precisa transformar a dor, a revolta e a indignação em
ações pragmáticas destinadas a efetivamente assegurar um futuro melhor
para seus jovens. Talvez precisemos de décadas ou mesmo de séculos para
alcançarmos o estágio cultural de povos orientais que priorizam a
educação, a ética e o cumprimento rigoroso das normas sociais, mas,
enquanto isso não ocorre, podemos adotar medidas pontuais que assegurem
avanços na segurança, na ordem pública e na preservação dos valores da
vida _ independentemente da investigação policial em curso e das
propostas de mudanças na legislação.
A questão mais premente no momento é a vistoria geral das casas
noturnas e dos locais de grande afluência de público, para que não se
repitam as condições de negligência que provocaram o desastre do dia 27
de janeiro. Entre as medidas esperadas e indispensáveis, está o
cumprimento pelos empresários de todas as exigências da legislação e
dos órgãos públicos responsáveis pela autorização de funcionamento de
tais casas. Como diz o antigo ditado, quem não tem competência que não
se estabeleça. Chega de tapeação, de puxadinhos, de transformar locais
de diversão em armadilhas. Tais atitudes, invariavelmente motivadas pela
ganância, tornaram-se ainda mais intoleráveis depois dos traumáticos
acontecimentos de Santa Maria. E são criminosas _ não há mais como
relevar isso.
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