Um dos melhores discos de rock brasileiro de sempre é o novo do Cascadura
Faz duas semanas, comentando aqui o “Gonzaga” de Breno Silveira,
escrevi que o show “Luiz Gonzaga volta pra curtir” talvez tivesse sido
dirigido por Waly Salomão. Não foi. O diretor foi Jorge Salomão. Waly,
segundo o próprio Jorge, só criou o título, que ele logo aprovou. O show
foi coisa que ficou marcada na minha cabeça como a oficialização do
reconhecimento de Gonzaga por parte da juventude de então. Disse que
senti falta de uma referência a isso no filme, como senti falta de Ivan
Lins e do Som Livre Exportação. Ao afirmar que a ausência de referências
ao tropicalismo não me incomodava, eu não estava renegando. Mal pensei
no papel do tropicalismo nesse episódio. Lembro-me de ouvir jovens
contraculturais dizerem que os Beatles iam gravar “Asa branca”. Essa
lenda revela muito do clima mental da época. O ressurgimento de sons
rurais que veio com o rock (e que Ruy Castro deplora em seu livro sobre a
bossa nova, por considerar parte do assassinato da grande canção urbana
dos anos 1930 e 40) levava a moçada a fantasiar que o campo brasileiro
entraria no repertório do topo do pop-rock anglo-saxão.
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