sábado, 9 de março de 2013

A virose - Arnaldo Bloch


O que são essas viroses contemporâneas que, de tão banais, trazem em seu bojo toda a melancolia do tempo vivente e toda a carga da Grécia antiga?

Meu pescoço dói e inalo a mistura de salicilato de metila, cânfora, mentol e essência de terebintina que me levam a ouvir os sinos de outrora em ásperas e venenosas atualizações. Carnaval chinês. Rock episcopal. O mal. O remédio não vem em software. Não há posição confortável para a cabeça que repousa sobre travesseiros que um dia foram de penas de ganso e, hoje, não passam de foles sem vento e sem música. Esse é o meu leito. Vida e morte.


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