João Ubaldo Ribeiro - O Estado de S.Paulo
Pouco mais de meio-dia, no aclamado boteco Tio Sam, tudo
parece estar de acordo com a filosofia do proprietário do
estabelecimento, ou seja, a normalidade. O domingo não se apresenta dos
mais gloriosos, mas não chove e, a cada trinta segundos, passa uma bela
moça ou formosa senhora, a caminho da praia. Às mesas do Tio Sam e do
boteco que lhe é vizinho, os coroas de sempre - nenhum dos quais jamais
precisou de Viagra ou semelhante, mas sempre tem um amigo que precisa -
se postam tão perto quanto possível da calçada, para desfrutar da
paisagem e comentar as qualidades organolépticas das desfilantes.
Amavelmente cafajestes, denominam isso "apreciar o cânter" - e o cânter
aqui desta calçada leblonina nunca decepciona os aficionados.
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