domingo, 23 de junho de 2013

Dois chocolates e a conta com...HARRY LOUIS

O Globo - 22/06/2013

POR MARCELLA SOBRAL
marcella.sobral@oglobo.com.br


Harry Louis ficou conhecido por aqui quando
começou a namorar o estilista nova-iorquino Marc
Jacobs, em novembro de 2011. Mas, lá fora, o rapaz,
que nasceu numa cidade de Bambuí, de 20 mil
habitantes, em Minas Gerais, já era uma celebridade
— uma estrela da indústria de filmes adultos gays,
tendo participado de 32 produções. Há dois meses,
Harry saiu de seu apartamento em Londres para
abrir sua primeira loja de chocolates artesanais no
Rio, a HL Chocolates: “Não estou aqui de vez. Aliás,
eu não moro de vez mais em lugar algum.” Apesar
do pouco tempo na cidade, Harry poderia receber o
título honorário de Garoto de Ipanema. Tirando o
topete irretocável e um sotaque quase chegando à
Marginal Tietê, ele já aprendeu direitinho como ser
feliz no Rio de Janeiro. Trabalha em casa, vai à praia
todos os dias e tem um perfil bombado no
Instagram com quase 28 mil seguidores, repleto de
corpos sarados . A primeira coisa que ele fez, aliás,
foi tirar uma foto nossa — antes, teve que deletar
um dos 16 mil arquivos da memória do telefone.
Entre fotos, trocas de mensagens de voz e
filminhos, 4.162 são só com Marc.

REVISTA O GLOBO Onde você aprendeu a fazer chocolate?

HARRY LOUIS:
Os chocolates são uma receita caseira da minha avó,
Maria Celeste. Sempre gostei de cozinhar. Meus amigos me chamam
de Mama Harry. Sou superfamília, aliás. Tenho meus pilares,
que são a minha avó, a minha mãe, Kenia, minha irmã Cristiane
e Marilene, minha madrinha.

Seus chocolates hoje não têm nada de caseiros. São pequenas
joias. Dá até pena de comer.
 
Tem que comer, não pode ter pena. Assim vocês me quebram.
Foi na festa de aniversário do Lorenzo (ex de Marc) que as pessoas
ficaram sabendo dos meus dotes culinários. Fiz 300 chocolates
de cinco sabores diferentes, todos ficaram loucos. Para o Andrey
Leon Talley (editor da revista “Vogue”), naquele dia, era
Deus no céu e eu na terra. Quando ele viu que tinha mais, levou
um prato cheio de doces. Pensei que só brasileiro gostava de levar
quentinha.

Como você começou a fazer pornô?
 
Estava morando em Londres, tinha um perfil de pegação na internet,
me convidaram para fazer um casting, e eu fui. Em menos
de duas semanas, me chamaram. No primeiro filme, já tinha
feito meu nome. Todos queriam saber quem era aquele latino.

Foi a sua latinidade que mais chamou a atenção do público?
 
É lógico que foram os meus atributos. Acho que não foi a minha
carinha linda, não.

Tinha roteiro?
 
Não está escrito “ai-ai-ai”, “ui-ui-ui”. A única coisa que eu pedia
era que, se tivesse diálogo, que, pelo amor de Dadá, me entregassem
uns dois dias antes, porque na hora você tem que se preocupar
com outras coisas, né?

Você deixou a carreira quando começou a namorar o Marc?
 
Em 2011, eu já tinha decidido parar e abrir a minha própria produtora.
Mas meu sócio investidor era grego, e isso foi justamente
na época em que a Grécia quebrou.

Você mora no Rio e em Londres. Ele fica entre Paris e Nova
 
York. Dá para namorar assim?
A gente tem uma megaconfiança um no outro. Quando a gente
está away, sempre encontra tempo para ligar, mandar uma foto.
Ele está sempre me incluindo no que faz.

Você chegou aqui justamente na época do debate sobre a liberação
do casamento gay.
 
É uma sina. Sempre estou num lugar em que o casamento gay
está sendo aprovado. Cheguei na Espanha e liberaram o casamento
gay, em Londres, a mesma coisa. E agora aqui.

Você já encontrou alguém para cortar o cabelo por aqui?
Já, é do W, lá em São Paulo. Eu postei uma foto depois de cortar o
cabelo, e o David, o meu cabeleireiro lá de Londres, botou uma
carinha triste no Instgram. Sorry, David.

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