domingo, 29 de novembro de 2015

Futuro? Que futuro? - Aldir Blanc

Juiz Moro, suas delações vazam mais que os rejeitos das barragens


O Fürher da Samarco, tal de Ricardo Viscoso, pediu “calma” e “equilíbrio”. Calma? Sendo arrastado até o litoral do Espírito Santo, aos gritos de socorro, agarrado a um pedaço de cerca? Não dá para manter o “equilíbrio” diante de um pavoroso afogamento, idiota! Vem outro palhaço falando em indenização: um salário-mínimo! Um infeliz perde o filho, o casebre, o roçado, a vaca, a mula manca, a cabra, três galinhas sub-BBB, as ferramentas primitivas, o futuro, e querem lhe dar um salário-mínimo?
Todos aqueles canalhas da casa de tolerância, votando pela merecida cadeia para Delcídio, o Bestalhão, pelo amor de meus netinhos! Não escapava um da mão na grade, que estão lá, relinchando ao vivo, com o Zé Peruca botando (des)ordem nos procedimentos. Quer dizer que um crime de 50 mil por mês gera prisão imediata, enquanto uma propina de 5 milhões de dólares continua impune na pátria que pariu as pobres crianças do Rio Morto? Essa é a aritmética do futuro?

Mais: Delcídio teria proposto mesada e fuga para evitar a delação de Cerveró, que envolveria a presidente no superfaturamento da refinaria Passadilma. Juiz Moro, suas delações vazam mais que os rejeitos das barragens. O sr. é tão severo. Não notou que tem alguém levando grana? Enquanto isso, Romário retiraria sua candidatura para apoiar o espancador Pedro Paulo. Assim ficaria blindado pelo PMDB. Chega! É preciso denunciar ainda o tonitruante silêncio do presidenciável mineiro Aócio Neves. Tem amiguinhos na Vale o Quanto Vaza, que virou privada na gestão de FHC. Vão todos se fifar — ou se sarnar!
Sugiro homicídio culposo para os irresponsáveis da Samarco & Vale. É o mínimo que o Brasil emporcalhado exige.

O texto abaixo vai para o grande Lédio Carmona, comentarista-símbolo da concisão e da elegância, que atua de forma diametralmente oposta aos elementos a seguir. O Comentarista do Futuro: — Ao ver o objeto do desejo, a terceira bola, diante de sua libido, representação do seio materno idealizado pela ansiedade primeva e edipiana contra o domínio do Nome do Pai, o atleta, no que era chamada de meia-lua, hoje topo do incidente russo-turco, foi acometido por uma desleitura bloomiana da jogada e, além de causar fratura exposta na tíbia do pseudo-Laio, afundou no que antes era conhecida como zona do agrião, atual Samarco. Uma curiosidade: devido a um transtorno no genoma, talvez ribossômico, o player gabava-se de possuir três testículos. Conta-se que ao voltar das desnudas, ex-peladas, em Honório Gurgel, as periguetes ironizavam o futuro volante: — Aí, hein? Tá com as bolas todas! A bibliografia para meu comentário pode ser encontrada em:
1 —“A Aimée de Lacan” — Jean Allouch;

2 — “Angústia de influência” — Harold Bloom;

3 —“O enigma da esfera”, “O Talmude” e o “Talismã-Badalhoca do Muezin” — Paulo Coelho;

4 — “The Future of Embryology and Genetics” — Roger Bighouse;

5 — “Meiões com chulé também são divinos” — Padre Marcelo de Rossi;

6 — “O seminal Hilda, a Mineirinha” — Carlos Zéfiro.


  • 29 nov 2015
  • O Globo
  • Aldir Blanc é compositor

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